Relato da campanha Finisterra T03E22 [18/08] 📝
Exploração das Profundezas - parte 5
Na noite anterior celebramos a memória de Yafa e Alaíde, perdidos para as criaturas maléficas da masmorra, mas não pude aceitar de bom coração essa derrota. Me sentia responsável pela morte dos dois. Por isso, no dia seguinte decidi descer novamente para a escuridão. Oliveira acompanhou a incursão, junto com seu escudeiro.
Também desceu conosco uma elfa recém-chegada aos ermos, de nome Adonai. Seguimos o caminho costumeiro até o altar profano e depois pela mata em direção à margem do lago. Porém, quando chegamos no limite da floresta, escutamos ao longe um canto suave que gelou nosso sangue. Imediatamente demos meia volta, para retornar à clareira e evitar um encontro com a bruxa. Porém, não adiantou. As vinhas espinhosas que recobrem o caminho tomaram vida. Oliveira, à cavalo, conseguiu se desviar delas. Eu e Adonai, que compartilhávamos uma mula, fomos derrubados. Soltei-me das vinhas e acompanhado de Oliveira saímos em busca da elfa.
A encontramos presa, envenenada pelos espinhos. Foi nesse momento que a Bruxa nos alcançou. Perguntei o que ela queria, se poderíamos negociar. Ela disse que queria as memórias de um de nós. Para nossa surpresa, a elfa prontamente se voluntariou. Uma espécie de tubo saiu das mãos da bruxa e se prendeu ao rosto da elfa. Oliveira ficou nervoso com a situação e queria se adiantar a agir. Pedi calma, tentando evitar que a situação escalasse. Mas como a elfa seguia convulsionando e a bruxa não fazia menção de parar, decidimos atacar.
Oliveira lançou uma ânfora de óleo e eu me adiantei sacando a espada. Conseguimos acertar bons ataques nela antes que a bruxa levantasse vôo, saindo de nosso alcance. Tentamos mais uma vez fugir, mas a feiticeira não saiu do nosso encalço. Desesperados. Iniciamos uma saraivada de flechas na direção da bruxa, que flutuava no céu. Acho que ela também estava muito machucada por que ao ser atingida por uma flecha, desapareceu em uma nuvem de mariposas. Não creio que ela tenha sido derrotada de vez. Mas foi quase, e isso me animou bastante.
Livres da feiticeira, retornamos ao castelo para tratar nossos ferimentos. Inconformados com a derrota, descemos mais uma vez no dia seguinte, dessa vez levando o apoio de meia dúzia de Biltres e um clérigo de Abdath. Fizemos o caminho todo até o pier na beira do lago. Lá, parte do nosso grupo deu início a travessia enquanto o resto esperava na margem. Enquanto aguardávamos, fomos abordados por Aharadak, que surgiu do meio das árvores. Ele pediu pressa e disse que nosso acordo de não-agressão dependia de enviarmos algumas cabeças de famintos como prova da nossa disposição. Além disso, pediu que levássemos uma mula de presente para os peludos quando voltássemos novamente. Concordamos com o pedido e nos despedimos.
Do outro lado do lago, seguimos a margem em busca do local onde, dois dias antes, havíamos abandonado o guarda-roupas mágico e meus dois contratados. Sem grandes dificuldades encontramos o armário, largado no caminho. Perto dele avistamos uma trilha de sangue que adentrava na floresta. Acompanhamos a trilha até sair da floresta, nos distanciando do lago. Após algum tempo de caminhada, chegamos a um local frio, onde o próprio chão era congelado. Nessa região encontramos o cadáver de Yafa. Pouco a frente vimos um círculo amplo formado por grandes menires de cristal, nos quais era possível avistar, incrustadas na pedra, as formas sem expressão dos monstros que dias antes nos afugentaram e deram cabo dos meus empregados. Diante de nossa falta de recursos, decidimos dar meia-volta e contabilizar nossos ganhos.
Sem maiores dificuldades, carregamos o guarda-roupas com a ajuda dos Biltres e o deixamos na antessala que dá acesso à masmorra, sob guarda dos homens do Mirtes. Aproveitamos a oportunidade e com a ajuda do Procópio entramos no portal do guarda-roupas para tapar a janela que havia do outro lado, por onde o vento gélido mortal soprava. Agora é possível atravessar o portal, desde que medidas básicas contra o frio sejam tomadas.
Quanto a Yafa, imediatamente pedi que enviassem uma mensagem ao clérigo Belomonte e parti com o corpo desfalecido de meu contratado na primeira caravana de troca de guarda. Na vila, Belomonte performou os rituais da estrela-da-manhã e por um milagre trouxe Yafa de volta da terra dos mortos. O homem está muito abalado e, segundo Belomonte, terá ainda um longo caminho até recuperar suas forças, mas (pelos deuses!) está vivo.
Sardinha, da Vila dos Biltres.
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Finisterra é uma campanha de Hexcrawl que utiliza o sistema Caves & Hexes, inspirado no B/X de 1981. A campanha acontece nos estilo de Mesa Aberta (ou West Marches), o que significa que diversos grupos jogam no mesmo cenário compartilhado, as sessões acontecem via chamada e aqueles que puderem participar no dia formam um time e saem para exploração.
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