Relato da campanha Finisterra T03E16 [01/08] 📝
O Grande Dragão Verde
Então, deixa eu te contar como foi a parada... Adélio ainda tava com a cabeça cheia das tretas de ser Castelão. O velho já tava cansado, e eu? Eu tava louco pra testar uns truques novos depois de quase bater as botas enfiando o olho de um bicho morto na cara. Pelo menos saí com o gato dela de brinde.
Coloquei Mau, o gato, no ombro e reuni um bando de dez Salgados prontos pra ação. Chamei o Perpétuo, um gnomo esperto, pra carregar minhas tralhas, e juntei a turma: Piaba, Teodoro Belomonte – os novatos da parada; Oliveira, um guerreiro recém-chegado; Malaquias, um ladrão que encheu o bolso sozinho; e Ellisande, a maga de respeito com sua comitiva de seguidores.
A gente pegou a estrada rumo à Floresta Gigante no norte. O objetivo? Invadir o covil de um dragão verde que manda na área. Encaramos chuva, vento e montamos acampamento nas margens do rio norte, cercado por um fosso. Três dias depois, subindo as margens do rio, demos de cara com um lago cercando uma ilha com uma árvore de folhas roxas e fadas dançando em volta. Anna, a dríade a serviço da maga, disse que aquilo ali era o Guardião da Fauna da Floresta.
Perpétuo, que nessa altura já atendia por Pistolinha, disse que o covil do dragão ficava mais adentro da floresta. Ellisante flutuou por cima das copas das árvores e confirmou: um complexo de cavernas cheio de chaminés naturais. Enquanto o grupo montava acampamento, eu, Mau e Malaquias, o ladrão invisível, avançamos na direção do covil.
Nós três fomos, invisíveis até a beira do covil, e deixamos Mau dar uma conferida no lugar. O gato voltou apavorado, dizendo que viu o dragão dormindo. Mandei ele voltar pro acampamento, e eu e Malaquias subimos até as alcovas rochosas. Vimos uns gnomos trabalhando como servos nas cavernas, até que chegamos na besta: uma fera verde escamosa de tamanho colossal, roncando como uma tempestade de verão. O bicho tava deitado numa pilha de moedas de perder de vista, com artefatos enfiados pra todo lado.
Malaquias me contou que aprendeu uns truques com um mago que vivia num cemitério, incluindo como conjurar uns pergaminhos. Propus a ele uma "pesca flutuante". Malaquias flutuou a poucos centímetros da criatura, a mais poderosa desses ermos malditos, e começou a surrupiar umas gemas preciosas. Mas o elfo serviçal do dragão nos percebeu.
Por um triz o elfo conjurador não torrava a gente com um relâmpago, se não fosse pelo meu tiro certeiro de garrucha. Consegui ganhar tempo pra gente escapar enquanto o dragão verde acordava e saímos correndo de volta pra comitiva, com a fera voando sobre a floresta.
Foram dois dias tensos. A criatura seguia a gente no horizonte. No caminho de volta, até trombamos com uns gnomos, mas não deu pra convencer eles a fugir da tirania do dragão. Dormimos nos ermos antes de chegar ao Castelo Ratimpedra, um pouco mais ricos e com a moral lá em cima. Mas quer saber? Ainda vou voltar lá pra acertar as contas com aquele elfo patife que quase nos fez de churrasco.
Falcão, o campeão dos campeões.
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Finisterra é uma campanha de Hexcrawl que utiliza o sistema Caves & Hexes, inspirado no B/X de 1981. A campanha acontece nos estilo de Mesa Aberta (ou West Marches), o que significa que diversos grupos jogam no mesmo cenário compartilhado, as sessões acontecem via chamada e aqueles que puderem participar no dia formam um time e saem para exploração.
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