Após o primeiro golpe, o bando de audaciosos vigaristas se estabelece no Emaranhado, um local peculiar na sombria cidade de Doskvol, agora eles precisam lidar com as consequências do feito. O acordo com Lyssa para acobertar a morte do até então líder dos Corvos coloca os vigaristas em uma situação complexa, somada à presença de um fantasma na região, causando mortes e medo.
Blades in the Dark é RPG com mecânicas modernas que coloca os jogadores na pele de vigaristas em busca de poder e fortuna em um cenário vitoriano de fantasia sombria pós apocalíptico.
Ilustração do livro básico - pág. 92
Esse post é o relato da segunda sessão de jogo, no post anterior apresentei brevemente o jogo e os eventos da primeira sessão, se você não leu, veja aqui:
RELATO SESSÃO 1 ➤ 🔗 https://www.dialogoficcional.com/2023/02/bitd-01.html
As Consequências do Assassinato
Em Blades in the Dark vários elementos de fantasia sombria permeiam o cenário, um deles é a presença de fantasmas como resultados dos eventos cataclísmicos que trouxeram a decadência:
"Quando um corpo morre, o seu espírito não se dispersa como nos tempos antigos. Ele se torna um fantasma: uma entidade espectral composta de vapores electroplasmáticos.” pág 226 do livro básico.
Fantasmas são considerados uma praga, e precisam ser destruído ou causam pânico e caos por onde passam, Patrulheiros Espirituais fazem o serviço que recuperar cadáveres e levar até crematórios, onde o corpo é dissolvido em electroplasma, destruindo o espírito e impedindo a transformação em fantasma.
Na primeira sessão, o bando presencia o assassinato de Rorik, líder dos Corvos, uma importante facção da cidade, Lyssa até então a segunda em comando cortou a garganta de Rorik e empurrou rio abaixo, deixando seu corpo se perder. O bando então testemunha e se envolve com o crime, fazendo um acordo com a assassina para colaborar em acobertar o caso.
Além disso, foi invocado na cena um fantasma (pela minha personagem sussurro) no meio da confusão para criar mais caos e dispersar as pessoas. Com isso existe agora um fantasma solto, o que por si só é grande problemas, além do corpo de Rorik desaparecido, o bando precisa achar meios para lidar com esses problemas.
Impactos Narrativos e Ficcionais
O início da segunda sessão é marcado pelo narrador descrevendo o caos pelo assassinato e a invocação do fantasma no Emaranhado. Frost, um NPC com relação positiva com um dos membros do bando fala que as energias espirituais do local precisam ser apaziguadas, o grupo então paga 1 moeda para os gondoleiros, uma facção de barqueiros que supostamente tem conhecimentos arcanos e podiam ajudar a acalmar as coisas.
O próximo passo foi ir até a sede dos Corvos falar com a própria Lyssa e entender como proceder, ela então pressiona o bando para resolver o caso quanto antes, tréguas de paz entre gangues foram quebradas pela morte de Rorik e murmurinhos começam a circular que o fantasma do próprio Rorik já está se vingando de traidores.
O bando então propõe usar o fantasma que foi invocado como culpado da morte de Rorik, livrando Lyssa de ser apontada como culpada. Além disso, um outro membro dos Corvos diz que viu o fantasma de Rorik circulando.
Após sair da sede dos corpos, o bando vai em busca de conselhos no Barril Furado, o bar de Mardin Gaivota, o financiador inicial do bando. Mardin levanta possibilidades de utilizar o ocorrido a nosso favor. O bando então decide que o golpe dessa sessão vai ser ir atrás do fantasma, seguindo a ideia de usá-lo como culpado e posteriormente usar esses fatos contra os próprios Corvos.
A grande questão é: como?
Levantando Informações
Seguindo a estrutura do jogo, antes de entrar de fato no golpe, o bando decidiu levantar informações, para assim definir o plano, as seguintes informações foram levantadas:
• O fantasma que foi invocado pela minha personagem é de um corpo já antigo vitima de outro assassinato. Conseguimos o corpo do "nosso" fantasma com o Frost.
• Descobrimos que o rumor do fantasma do Rorik está correndo, que suspeitam da Lyssa como assassina e que os mortos pelo fantasmas eram corvos do lado de Lyssa
• Uma carruagem aborda um dos personagens, um autômato (um corpo mecânico animado por um espírito, eles costumam não ter sentimentos e serem usados como ferramentas por outros) fala que tem procurado o corpo de Rorik ainda não localizado. O autômato é bem vestido (cartola e trajes finos) e está a mando das Irmãs Funestas, personagens importantes que lidam como fantasmas. As Irmãs pagam uma boa quantidade pela alma do Rorik caso encontremos. O autômato ainda conta que existe outro fantasma buscando vingança na região. 6 moedas são pagas pelo fantasma de Rorik e 1 pelo desconhecido.
O Golpe
Em porte do corpo já decrépito, o bando decide invocar o fantasma utilizando o cadáver como fonte de conexão. Os dois personagens sussurros lideram o ritual, sintonizando as energias arcanas do bando para compelir uma invocação. O fantasma vingativo aparece!
Assim, é iniciado uma tensa negociação com o fantasma, que conta que busca vingança pelo seu assassinato, um novo acordo é feito, oferecemos ao fantasma ajuda na realização da sua vingança em troca de cooperação, ele aceita e salta para dentro do corpo de um dos personagens, o retalhador (mais competente em combate) é possuído pelo fantasma e incorpora suas memórias e sentimentos.
Mecânica de Flashback!
Nesse momento, ativamos a mecânica de flashback para auxiliar na execução da vingança! Um dos diferenciais de Blades in the Dark é o foco na ação, dar golpes elaborados exige planejamento, e isso costuma ser algo minucioso que leva tempo e muita discussão, se aproveitando de outras mídias, o jogo resolve esse ponto jogando os personagens direto na ação e deixando todos os detalhes para serem resolvidos em flashback.
Sabe aquela cena de filmes de infiltração, em que certo ponto o personagem fica em um “beco saída” preso em uma sala sem a chave? Então a cena corta e mostra como em dois antes ele seduziu alguém e roubou a chave por que já imaginava que isso poderia acontecer, de repente em um flashback mostra esse fato, a cena corta para o presente de volta e o personagem saca a chave que precisava para sair dali no momento derradeiro.
Em Blades, os flashbacks são além de elemento narrativo, são uma parte importante para resolução de conflitos, assim “becos sem saída” podem ser resolvidos voltando no tempo e lidando com riscos do presente com ações do passado. Um exemplo dado no livro é: no momento que você invade um local percebe que claramente ali é um local patrulhado, em um flashback você pode ter convencido alguém a cancelar a patrulha daquela noite.
A mecânica funciona com custo de Estresse a depender da complexidade, o personagem possuído pelo fantasma então utiliza o flashback para descobrir do que se trata a vingança que aquele fantasma quer executar.
Assim, voltamos no tempo e dias antes do golpe, já com a informação de que o fantasma invocado era alguém vingativo, o bando investigou as mortes naquela região, até localizar uma em específico, um assassinato sem solução causado por uma provavél traição entre companheiros. O possível assassino que saiu impune é alguém conhecido na região, agora tínhamos um nome e um local!
Executando a vingança do fantasma e outros assassinatos
De forma resumida, o fantasma vingativo foi vitima de uma traição entre companheiros motivada por ganância e sobrevivência. O bando então decide agir de forma audaciosa e aproveitar o rumor que o fantasma de Rorik já está matando pessoas e executa a vítima da vingança de forma brutal, o personagem Retalhador possuído pelo fantasma vingativo age de forma exageradamente violenta.
Após cumprir a vingança fugimos da cena do crime, logo Patrulheiros estariam ali. No caminho da fuga cruzamos com dois Corvos que importunavam um comerciante local, aqui o bando decide ir além e aproveitando o caos assassinam os Corvos. Por fim, mais um dilema aparece: o comerciante “inocente” viu tudo, e acaba virando mais uma vítima das ações desenfreadas daquela noite, não podiam haver testemunhas.
Por fim o bando deixa uma mensagem escrita com sangue: “Rorik esteve aqui!”
A linha de raciocínio foi aproveitar a confusão para inflamar os rumores que o fantasma de Rorik estaria se vingando de Corvos, esse foi um rumor coletado no levantamento de informações.
Relato e próximos capítulos
Essa sessão foi bem eletrizante, e colocou nós como jogadores na pele de personagens de fato gananciosos e nada heróicos, ficou claro que em Blades in the Dark a sobrevivência no mundo cruel de Doskvol está acima de qualquer moralidade.
A mecânica de flashback foi uma experiência bem diferente, apesar de já ter usado em outros sistemas, ela sempre aparecia como uma acessório, e não como um elemento central da resolução de conflitos.
Atualmente o jogo já está indo pra sexta sessão, mas estive com problemas de arrumar tempo para escrever, então logo mais os próximos relatos estarão disponíveis.
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Próximo relato
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Lista de todos os relatos
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RELATO SESSÃO 2 ➤ 🔗 https://www.dialogoficcional.com/2023/04/bitd-02.html
RELATO SESSÃO 3 ➤ 🔗 https://www.dialogoficcional.com/2023/04/bitd-03.html
RELATO SESSÃO 4 ➤ 🔗 https://www.dialogoficcional.com/2023/04/bitd-04.html
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